Symplocaceae

Symplocos rizzinii Occhioni

CR

EOO:

99,338 Km2

AOO:

12,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

A espécie é endêmica do Brasil (Romão et al., 2020), com a seguinte distribuição: RIO DE JANEIRO, Itatiaia. SÃO PAULO, Campos do Jordão.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Mário Gomes
Critério: B1ab(iii)
Categoria: CR
Justificativa:

Árvore com até 8 m, endêmica do Brasil (Romão et al., 2020), foi registrada em Floresta Ombrófila Densa Altomontana e Campo de Altitude associados a Mata Atlântica presente nos estados do Rio de Jneiro, município de Itatiaia. e São Paulo, município de Campos do Jordão. Apresenta distribuição conhecida restrita, EOO=89 km² e uma situação de ameaça, considerando sua distribuição exclusiva as partes elevadas da Serra da Mantiqueira, sujeita a vetores de stress semelhantes em extensão, intensidade e escala de incidência. Além disso, apesar dos registros em Unidades de Conservação, não há coletas desde 1950, mesmo dentro dos limites do Parque Nacional do Itatiaia, onde a espécie foi coletada e esforços de coleta são constantes. As principais causas históricas da redução da vegetação original estão associadas a sua substituição por culturas agrícolas e florestais ou atividades agropecuárias de variadas intensidades (Gonzaga e Menini Neto, 2017). O extrativismo, a exploração de espécies madeireiras, além da extração do palmito e xaxim, promoveram impactos diversos na flora nativa da Serra da Mantiqueira (Gonzaga e Menini Neto, 2017). Apesar de historicamente documentados em áreas de Campos de Altitude, os incendios estão cada vez mais intesos e severos e afetam de forma consistente a biota desta tipolgia de vegetção, que em sua maioria não apresenta resiliência para eventos de tal magnitude (Fundação Florestal, 2018). Em Campos do Jordão, cerca de 40% da área total do único Parque Estadual da região foi substituída por reflorestamento de Pinus spp., e atualmente, indivíduos deste gênero foram detectados em todos os Campos de Altitudes da região (Fundação Florestal, 2018). Por essas razões, e pelo longo tempo sem documentação, a espécie foi avaliada como Extinta (EX) na lista oficial das espécies da flora ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo (SMA, 2016). Aqui, infere-se declínio contínuo em extensão e qualidade de habitat e diante deste cenário, portanto, a espécie foi considerada Criticamente em Perigo (CR), possivelmente extinta. Recomenda-se a condução de pesquisa (buscas direcionadas nos remanescentes de fitofisionomias de ocorrencia nas áreas protegidas Pernambuco na tentativa de levantar dados sobre a distribuição e abundância deste táxon) e ações de conservação (busca pela espécie dentro dos limites de áreas protegidas, garantia de efetividade de UCs, plano de ação para conservação) urgentes a fim de se verificar sua existênia e assim garantir sua efetiva manutenção na natureza.

Último avistamento: 1950
Quantidade de locations: 1
Possivelmente extinta? Sim
Severamente fragmentada? Sim

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Leandra no. 6: 110, fig (1975). É reconhecida por pelos lobos do cálice com a forma aproximada de “U” e com ápice emarginado (Aranha Filho, 2011). As informações da espécie foram validadas pelo especialista através do questionário (Gerson Oliveira Romão, comunicação pessoal, 2020).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados populacionais.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree, bush
Longevidade: perennial
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Árvore com até 8 m, endêmica do Brasil (Aranha Filho, 2011). A espécie ocorre na MATA ATLÂNTICA, em Floresta Ombrófila. Árvore de altura desconhecida. (Romão et al., 2020).
Referências:
  1. Aranha Filho, J.L.M., 2011. Revisão taxonômica das espécies sul-americanas de Symplocos Jacq. seção Hopea (L.) A. DC. (Symplocaceae). Universidade Estadual de Campinas. Tese de Doutorado. Campinas - SP.
  2. Romão, G.O., Cabral, A., Santos, F.B.D., Aranha Filho, J.L.M., 2020. Symplocaceae. Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB14917 (acesso em: 10 de maio de 2020).

Ameaças (7):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat past,present,future national very high
Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões e Lino, 2002).
Referências:
  1. Simões, L.L., Lino, C.F., 2002. Sustentável Mata Atlântica: a exploração de seus recursos florestais. SENAC, São Paulo.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat past,present regional high
O município de Itatiaia com 24515 ha tem 16,2% de seu território (3983 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018).
Referências:
  1. Lapig, 2018. http://maps.Lapig.iesa.ufg.br/Lapig.html (acesso em 07 de novembro 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat past,present,future regional high
A Serra da Mantiqueira vem sofrendo danos, de modo que grande parte da vegetação original foi substituída por culturas agrícolas e florestais ou atividades agropecuárias (Gonzaga e Menini Neto, 2017).
Referências:
  1. Gonzaga, D.R., Menini Neto, L., 2017. Estado de Conservação da Serra da Mantiqueira: Ameaças, Lacunas, Avanços e Perspectivas do Conhecimento da Flora, in: Barbosa, B.C., Resende, L. de O., Prezoto, F., Gonçalves, E.L. (Eds.), Tópicos Em Sustentabilidade & Conservação. Real Consultoria em Negócios Ltda, Juiz de Fora, pp. 77–86.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 5.1.4 Motivation Unknown/Unrecorded habitat past,present,future regional high
A perda de áreas florestais por desmatamento aliado à caça tem levado ao desaparecimento de diversas espécies da fauna e outras encontram-se em diferentes níveis de ameaça (Gonzaga e Menini Neto, 2017).
Referências:
  1. Gonzaga, D.R., Menini Neto, L., 2017. Estado de Conservação da Serra da Mantiqueira: Ameaças, Lacunas, Avanços e Perspectivas do Conhecimento da Flora, in: Barbosa, B.C., Resende, L. de O., Prezoto, F., Gonçalves, E.L. (Eds.), Tópicos Em Sustentabilidade & Conservação. Real Consultoria em Negócios Ltda, Juiz de Fora, pp. 77–86.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3.5 Motivation Unknown/Unrecorded habitat,mature individuals past,present regional high
As principais causas da redução de vegetação nativa, particularmente na região da Serra do Mar e Mantiqueira, foram o extrativismo, exploração do pau-brasil e com expansão para outras espécies madeireiras, além da extração do palmito e xaxim (Gonzaga e Menini Neto, 2017).
Referências:
  1. Gonzaga, D.R., Menini Neto, L., 2017. Estado de Conservação da Serra da Mantiqueira: Ameaças, Lacunas, Avanços e Perspectivas do Conhecimento da Flora, in: Barbosa, B.C., Resende, L. de O., Prezoto, F., Gonçalves, E.L. (Eds.), Tópicos Em Sustentabilidade & Conservação. Real Consultoria em Negócios Ltda, Juiz de Fora, pp. 77–86.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.2.2 Agro-industry plantations locality,habitat,occurrence,occupancy past,present local very high
Cerca de 40% da área total do Parque Estadual dos Mananciais de Campos do Jordão foi substituída por reflorestamento de Pinus spp., com o intuito de produzir madeira e desenvolvimento de pesquisas. Ao longo do desenvolvimento dos levantamentos da Avaliação Ecológica Rápida foi detectado que em todos os Campos de Altitudes houve a presença de indivíduos deste gênero (Fundação Florestal, 2018).
Referências:
  1. Fundação Florestal, Governo do Estado de São Paulo, 2018. Parque Estadual dos Mananciais de Campos de Jordão. URL http://fflorestal.sp.gov.br/mananciais-de-campos/home/ (acesso em 01 de julho de 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 7.1.1 Increase in fire frequency/intensity regional
Os incêndios no Parque Estadual Campos do Jordão e no Parque Nacional de Itatiaia atingem campos de altitude e parte da floresta nebular e de araucária (Fundação Florestal, 2018).
Referências:
  1. Fundação Florestal, Governo do Estado de São Paulo, 2018. Parque Estadual dos Mananciais de Campos de Jordão. URL http://fflorestal.sp.gov.br/mananciais-de-campos/home/ (acesso em 01 de julho de 2018).

Ações de conservação (3):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental Campos do Jordão (US), Parque Nacional do Itatiaia (PI).
Ação Situação
5.1.3 Sub-national level on going
A espécie foi avaliada como Extinto (EX) na lista oficial das espécies da flora ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo (SMA, 2016).
Referências:
  1. SMA - Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, 2016. Resolução nº 57, de 05 de junho de 2016. Lista de espécies da flora ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo. Diário Oficial do Estado de São Paulo, 07/06/2016, Seção I, pp. 69-71. URL https://cetesb.sp.gov.br/licenciamentoambiental/wp-content/uploads/sites/32/2019/05/Resolução-SMA-nz-57-2016.pdf (acesso em 13 de maio de 2020).
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018).
Referências:
  1. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Fernandez, E., Loyola, R., Silveira-Filho, T.B., Martinelli, G. (Orgs.), 2018. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro. Secretaria de Estado do Ambiente-SEA: Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 80 p.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.